Para Binhazinha
Posso voltar para os teus braços
E esquecer a existência desta vida
Mas toda essa rotina inquietante me assusta
Na mesma repetição do antes,
Porém agora, de toda forma incompleta
Mas ninguém vê sua inexatidão
A astucia com que me rodeia e percalça
E me impede de não seguir por esta vereda
De verde alto ou baixo. Pouco importa!
O que importa é que o caminho
Não deveria continuar reto
Nem as pessoas tão sérias ou risonhas
Nem eu deveria tentar reerguer-me
Já que o chão me parece mais seguro
E a sua falta mais ardente a cada dia
E dizem e dizem sobre mim
E sobre os outros
Mas nem sei quem são: nem a mim
Teus braços me tiraram o espelho nítido
Quando resolveram que podiam me deixar
E agora tenho que ser forte,
Sobreviver por aqueles outros
Antes tenho que por meu próprio pé em mim
Mas no silêncio dessas lágrimas
Não é nada do que me aquece:
Talvez perdida seja o caminho
Marina Cangussu F. Salomão