Posso ficar aqui sendo banhada por tuas águas?
Me acalme. Me afogue.
Dê-me ar aos pulmões. Retire-o de mim.
Pois há tanto cansaço ali fora.
Posso derramar-te tudo aquilo que me vem profundo
Encharcando-me mais que a ti?
Falo dessas coisas que consternam ao olhar o mundo...
Posso, mar, ter-te me envolto
Para que me protejas e me ensines a seguir
Apesar de marés e invasões?
Sim, sinto-me invadida desvairadamente
Todos os dias
Nesse jogar de mundos em minha cara
Como tapas (ou pior que isso).
Chega um ponto que o único que quero que me invada é você, mar,
Cheio de segredos da vida que ainda me falta descobrir.
Marina Cangussu F. Salomão