E o mundo parece de outra cor
Meu corpo ainda está jogado na cama
Inerte. Intacto. Sem dor.
Enquanto minha mente luta para não se lembrar
Que as paredes que me envolvem agora são verdes de esperança remota
E que ao meu lado não haverá teu corpo ainda sonolento
Insistindo em levantar
Enquanto eu peço mais um domingo ao teu lado
Naquele mesmo lugar.
Mas é de verde que meus olhos se enchem
Ao deparar com esse teto mórbido e frio
De meu quarto só e crio.
Recordando-me que a única coisa que me cabe é esperar:
Esperar que o tempo passe
Que já não haja vazio
Que eu me adapte
Que eu não me afogue no rio
Que eu esqueça
E esqueça você: assim, por um fio.
Enquanto apenas espero todo o dia por sua fala
Por minha volta
Por um milagre à minha volta.
Marina Cangussu F. Salomão
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