No vento ameno.
E ameno era palavra corriqueira.
Passou o moço de boné azul.
Chegou a menina sem querer brincar.
E veio o vento de novo.
Foi-se a mãe nervosa.
Antes era o pai que ameaçava.
Acho que vai chover.
Ficou.
Amenizado.
Veio o pombo comer algo no chão.
Ouviu-se um canto de sorriso.
Passou outro homem caminhando.
E veio um pai querendo futuros não machistas.
Bom homem _ eu julguei.
Era uma praça.
Mulheres de lenço no cabelo.
Não havia muita pressa.
Às vezes quem não passa ensina aos passantes, pensei.
Meio dia.
Veio a fome.
Quase todos.
Agora uma pessoa com chinelo maior que o pé.
Gente grande.
Só não sei se se sentia grande mesmo.
O que eu sentia era fome.
Fui.
_Acho que algumas pessoas não entendem o quanto é bom. Eu também não entendi por um tempo.
Mas sem pretensão agora. Eu só estava descrevendo o que é bom para mim.
Não é universal.
Sei lá... Às vezes o mundo parece mais cruel dentro de um hospital do que em uma praça.
Marina Cangussu F. Salomão
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