Desenhar nas palavras esses ínfimos detalhes minuciosos
Que antes eram da natureza
Mas agora estão completamente roubados pelos meus sentidos.
Ou talvez roubados sejam os meus sentidos
Porque mais parece que me perco do mundo ao observar:
Pois é tão ínfimo e delicado
E por vezes patético aos sem sensibilidade exacerbada
Isso de ver a água em uma poça mexer ao tilintar do vento.
A água dança com suas ondas
Leve ou feroz.
Ela não tem suas próprias notas ou passos
Mas deixa ir-se ao toque do vento
Ao seu som
Som que chega apenas aos meus ouvidos
Pois a água não escuta
Ela sente
E se deixa ir.
Quem dera fôssemos nós assim tão sensíveis
A ponto de deixar-nos ir pelo que nos toca
Sem precisão de palavras ou explicações
Apenas sentidos
Sentidos dentro de si.
Marina Cangussu F. Salomão
Rhossili, Wales - 06/05/2015
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