domingo, 5 de outubro de 2014

Segundos e primeiros

E você passará
Como tudo na vida se desfaz.
Então chegará o dia em que a tarde pela janela, 
Antes nunca vista, 
Retomará àquela cor estranha de perdição.
Não de pecado. 
Mas de perdido.
Estranho.
Vazio.
Desconhecido.
E o cenário ficará ali sobre o seu olhar
Analisado.
Instável.
Estático.
De novo o jamaisvù.
Porque na vida nada é como nossos olhos veem 
E tudo se desfarela no toque.
E essa tarde também será outra 
No próximo abrir de olhos após o piscar
Pois é tudo tão passageiro
Tudo tão frágil
Que deveríamos acordar todos os dias
Com os olhos prontos para um novo óbvio.
Porque um segundo atrás ou à frente
Muda o rumo inteiro.


Marina Cangussu F. Salomão

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