domingo, 20 de setembro de 2015

Entorpecido

Desejo tanto ter aquele abraço de novo
Aquele beijo. Aquele cheiro, a textura.
Aquele menino que eu desfazia a armadura.

Quero poder voltar e sentir vagarosamente tudo aquilo

Sentir a vergonha de despir-me a primeira vez em tua frente
Ou a incerteza de te ter a tarde inteira assim pendente

Ou quando não me aborrecia a tua presença ou distância
E pouco me importavam suas histórias de infância

Quando você me procurava bem carente
E a mim não mudava ser atriz ou ser cedente.

Ah se soubesse a dor que me causa
Não poder olhar por tempos infinitos dentro de teus olhos
À procura de tua alma
Onde eu encontrava a calma de amá-lo

Assim inteiramente, sem restrições
Sem ligar para o que diziam tuas canções

Se soubesse da tristeza de não poder tocar cada centímetro de teu corpo
E apoderar-me daquele prazer
Que só vem de ti e de meu eu torpo

Ah se soubesse como eu queria
Apoderar-me completamente daquele ser
E ter-te simples sem entardecer.


Marina Cangussu F. Salomão

Nenhum comentário:

Postar um comentário