domingo, 13 de setembro de 2015

Ruínas

Eu entendo isso de despedaçar-se:
Essa dor engolida
De ver os pedaços velhos esvaindo-se.
E vão de mala nas costas
Como farrapos
Assim aos trapos
Sem ao menos pedir permissão
Sem perguntar se podem ir
Sem desejar sortes ou até logos
Sem sequer pegar na mão.
É sempre assim a vida
Um virar pedaços
Empedaçar-se
Empedrar-se
Embaralhar os restos
Ela é isso de ver o ido indo
Todos os segundos
De novo e novamente
Sem tempo de esperas ou esperanças.
A vida vira restos
Mas sem vinganças.

Marina Cangussu F. Salomão

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