Não sei o pensamento que antecede ou qual o contexto: estava ainda compreendendo todas as nuances de um comentário anterior, suas razões, meus sentimentos e os significados.
Quando voltei era essa a frase que pronunciava.
Que pendia no ar.
Acho que ele divagava sobre estar solto e livre e ter. Porque nós agora, nessa nossa idade e com essa nossa história, discursamos apenas sobre o deixar-se solto, vagando leve, sem ninguém nem nada.
Solitários. Individuais.
Numa antítese contra tanta posse.
Mas em verdade somos sedentos de ter.
Somos invariavelmente necessitados de almas, pessoas, experiências e amor. Uma posse profunda, que não é passageira, ligeira, nem superficial.
Uma posse que não é posse, mas doação, absorção, desejo, vontade e escolha.
Acho que era isso o que ele me dizia. Pois foi isso o que passei a querer.
Então, fiquei confusa e angustiada em minhas razões.
Marina Cangussu F. Salomão
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