Depois de todo relevo enlameado
Depois de todo chão batido e seco
Depois de tanto rastejo em relevo
Constrói seu castelo idôneo
Gigante e estupendo
Seu retiro e seu trono
Sua pose
Seu trono
E depois de todos os ventos e assaltos
Depois de mantê-lo sobre as costas
Depois de erguê-lo sobre as pernas
Sente os joelhos rotos e a escoliose
E vê em farinha as migalhas que cola com sua própria saliva
E agora a boca seca
A pele flácida
Os olhos sem vistas
E suas palavras
Com mais derrota
Mas por um primeiro instante tatea seus pés
E delineia no tato um altar e uma éfigie (sólida)
Com as mãos daqueles que cultivou.
Marina Cangussu F. Salomão
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