Foi ela quem se prendeu
Esperando o futuro chegar
E quando olha o céu das grades
Pensa nos tempos, ponteiros e tiquetaques
Então retorna ao seu cobertor
A borboleta parou de cantar
Foi ela quem se calou
Esperando a banda tocar
E quando olha o som distante
Pensa nos montes amontoados na estante
Então retorna ao seu escurecer
A borboleta parou de dançar
Foi ela quem se atou
Esperando o amor a soltar
E quando olha o palco de luz
Pensa na distância, na fadiga e intolerância
Então retorna à sua cadeira
A borboleta parou de respirar
Já não entra luz, fulgor ou luar
Parou de pensar, parou de falar
Parou de escrever, parou de se ver
O espelho voltou a quebrar
Marina Cangussu F. Salomão
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