Por que ainda pergunto as horas de meu pulso de pouca precisão
E desde pequeno preciso saber onde se encaixam os ponteiros de cada segundo em vão
E preciso saber também das epopeias,
anedotas,
onomatopeias,
colmeias
A rima que for
E preciso do ar para me refazer
do tato
da fala
do fato
do mato
Como quiser compor
E preciso de ouvidos para deleitar-me seguro
No impuro, duro deste arpoador
Já os olhos são eles que precisam de mim
Em sua vida autônoma, louca e confusa
Sem direito à rima e à dor
No final, acho que tudo em mim é loucura
Bem feitura Desatadura
Retrato caído e estendido
Reconstruído nesta amargura
Pois só pode ser loucura
Tanta beleza.
Marina Cangussu F. Salomão
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