Como a primavera
Ou uma blusa velha
Alguns sorrisos.
Mesmo algumas memórias.
E outras tantas coisas que vão
Sem retorno, sem regresso.
Até você: que não quer ficar.
O caminho vai sempre para frente
Como uma esteira, um moinho,
Uma roda de caminhão
Qualquer coisa que gire,
Para frente somente.
Mesmo dias, em suas repetições diárias
Nunca terão a beleza da descoberta de antes
Ou a delicadeza de cada instante.
Essas coisas passam,
Uma a uma.
E só existem em memórias, se guardadas,
Ou cheiros, tatos, sorrisos e cores.
A vida passada vira sinestesia.
E uma caminhada corriqueira
Passa a ter cor de laranja, com cheiro de barulho de galhos pisados e gosto de ar fresco.
E é bom que tenha
É bom que passe
Que faça sentido.
Marina Cangussu F. Salomão
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