Quando era pequena a radio tocava, o silência fazia e o cachorro latia.
Não precisava estar atenta
Nem precisava de tanta comunicação
Acho até que epifaneava mais
Me distraía ao som de acordeão
Respirava pelo abdome
E a cortina não era fechada
Não havia essa voz dizendo: some!
E na janela haviam fadas
Quando era pequena a radio tocava, o silência fazia e o cachorro latia.
Não acordava com os dentes doloridos
E escurecia mais cedo
Não voltava nos passos idos
E não existia esse tal placebo.
Era atriz de meu palácio
E rodopiava na escuridão
Tinha sonhos pequenos
Mas abraçava a imensidão.
Quando era pequena a radio tocava, o silência fazia e o cachorro latia.
Marina Cangussu F. Salomão
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