Eu tive que gritar
E eu gritei
Eu me esgoelei
Mas eu nunca ouvi
Eu nunca vi as ondas de meu som me atingirem
Então silenciei o suado e suavizei-me à janela.
Eu tive que ver passar:
Os passageiros, os passantes e os passados
Eu tive que me debruçar
Eu tive que ver os futuros passados passantes
Passantes escancarados passados
E os passageiros de meu próprio voo passando
Eu tive que ver passar
Porque o meu grito reto nunca atingiu meu ouvido oblíquo.
E eu nunca disse a mim mesma.
Marina Cangussu F. Salomão
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