Quando se enrolam
A seriguela e a amora
E os troncos se espalham
Largos, vastos
Dando espaço a pássaros
Caburés, Sabiá-laranjeiras
Ganços, cães, formigas
Algumas moscas
Uns mosquitos
Muitos fungos e a preguiça
Bem ali onde o vento entra manso
Onde a copa variega-se
Nuns galhos altos, baixos
Uns entortados e outros encorpados
Bem onde voam belezas amarelas
E barulhos singelos
Que amedrontam pela noite
Dentre folhas e frutos verdes
Alguns já amarelados
Onde entram uns poucos raios
E se vê um pequeno céu azul
Quando o infinito já cabe bem nas mãos
Onde o chão são montanhas gigantes e verdes
Para os menores seres
Onde não há notícias, nem medos
Só silêncios
Exatamente ali, acolhidos por aqueles enormes braços
Se é seguro e calmo
Sem horas, segundos ou ponteiros
Só luz.
Marina Cangussu F. Salomão
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