quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Cia-mesmas

A Luísa Cangussu

Dos desgastes e das saudades
Dos ruídos e das maldades
Entre estórias e comoções
Entre brigas e empurrões
Elas vão indo crescendo
Agigantando nessa fileira lisonjeira

Irmãs siamesas
Nem grudadas nem separadas
Nem falidas mas bem amadas
Nasceram em linhas distantes das opostas
E se grudaram pela vida, até que arrependida
Os traços se foram indo juntos novamente

E foi uma rosa, outra azul
Uma chorosa, a outra nem blue
Uma de pernas, a outra braços
Uma estrelinha, a outra amassos
Uma feroz, a outra mosca
Uma cuidadosa, a outra tosca
Uma veneno, a outra crendo
Uma medo de sangue, outra de ratos
Uma casas, outra matos
Uma TV, a outra livro
Uma usa peneira, a outra crivo
Uma cozinha, a outra arruma
Uma espera, a outra apruma
Uma soneca, a outra agita
Uma calada, a outra grita
Uma música, a outra letras
Uma na sala, a outra nas gretas

E uma a uma no quintal
Desfilam as glórias
Dos tijolos deste sarau.


Marina Cangussu F. Salomão



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