segunda-feira, 31 de julho de 2017

Caminhada

Às vezes a vida parece uma caminhada ao meio-dia
Na rua principal dessas cidades pequenas que estão no interior,
Meio perdidas da memória e do louvor.

Uma árvore aqui e outra acolá
O sol alto queimando a pele.

E vai-se indo passo por passo nessa rua
Que a princípio parece tão longa e tão pouco larga.
Enquanto ela mostra quão viva pode ser na pacatisse:

Para o passante quando vem a sombra de uma árvore pequenina,
Se afolga o passo, lentifica a vista.
Mas quando só sol sobre o espinhaço,
Se apressa, acelera e incendeia as canelas.

Mas sempre: seja menino na bicicleta, seja senhora seguindo a missa
Sempre se chega no final.

Marina Cangussu F. Salomão