quarta-feira, 24 de junho de 2015

What would be a summer love

I realize that my body melts every day
And dissolves for this hope of short end
Soon start, long middle.

And I melt every time I meet you
In your looks and concerns
Without worrying about me
After all, I will be brief
And we will be soft.

But I do not care now about the time
Of our meetings
Still less the date set to the end of our thing.

I care only that I will sleep smiling surrounded by your scent
Every night after our pleasure
And I sleep fast
As it was supposed to be

[Translation]

Marina Cangussu F. Salomão

terça-feira, 23 de junho de 2015

Fins

Eu fecho os meus olhos
E já não consigo mais sonhar
Você me encheu de realidade
Me mostrou que o amor nem sempre é simples
Banalidade
E até minha alma louca e devassa
Tem sua necessidade
Ela treme ao medo de perder.
E não me há outra palavra 
Que circunda e sussurra ao ouvido
Lembrando-me do tempo que será perdido
Memorando-me que nada do agora permanecerá.
Então posso deitar-me onde for
Posso até causar-lhe dor
Que nada desse amor restará.

Marina Cangussu F. Salomão

Solidão

Certa vez trouxe aqui
Neste exato banco descampado
A minha solidão
A abracei e me despedi
Depois de então nunca mais a vi
Nem mesmo precisei de sua sutil companhia
A trouxe e a deixei
Libertei de mim
Permiti que fosse livre e perdida

Hoje volto para buscá-la
Mas é tarde demais
Ela já aprendeu a ser feliz

Bem, agora me vou
E não devo mais voltar
SE algum dia a reencontrá-la
Será perdida em outro lugar.


Marina Cangussu F. Salomão

Desespero de um fim

Sonhei com você:
Tenho medo de te perder
"My joking voice and the gesture I love"

Digo por aí que passa
Que vou viver às traças
E não me importa não te ter

Mas me incomoda qualquer sinal de besteira
Me arrepia sentar-me à beira
Do sofá sem seu abraço

E me vejo implorando laço
E mendigando amor
Mas eu queria era o teu calor

Por isso não me parta
Não se esquece, não se farta
Que por você brotou amor

Por favor não me perca
Por favor não me deixa
Não me deixa te perder

Marina Cangussu F. Salomão

domingo, 21 de junho de 2015

Escalada

Deparo-me com essa majestade.
E uns diriam que é por estar em um reino
Outros entendem dessa outra realeza:
É que digo da grandeza desses pequenos detalhes
Como o toque sutil de uma grama carregada de semente
Que apenas se sente ao fechar de olhos
Ou o vento frio e medonho
Que traz-me do sonho antes embalado em mormaço
Sim. Falo da beleza de deitar-me inteira em um parque distante
Ou de por me à beira de uma cachoeira gigante
Falo de alturas, leveduras
Divisões, sons e contentamentos
Falo de ventos
Falo de cães
Porque a vida é isso de não saber onde irá
Pois nosso conhecimento é embalado
E nunca se sabe onde pisar
Se na pedra ou na terra
Quando se vai escalar.

Marina Cangussu F. Salomão

Tardes

Para Yasmin e Mayara
Deito-me nesta tarde cinza e pouco quente
Com regozijos de pingados de azul pelo céu
E feliz situo-me: é Inglaterra
Quão feliz me fazem esses descampados verdes
Nessas tardes perdidas
Assim soltas, mal prendidas
Na companhia de boas amizades
Que criam risos e dão silêncios
Para escrever poemas ou ouvir ruídos
E são pássaros insetos água e ventos 
Que compõem o fundo de nosso quadro
E são cochilos gargalhadas e versos 
Que embalam o nosso lado
Queria eu fazer a amizade sentir essa tamanha imensidão
Essa doçura de viver de vazão
Queria eu abraçá-las com toda a minha gratidão

Peak District, Inglaterra, 20/06/2015


Marina Cangussu F. Salomão

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Perdição

Então eu fico
Regozijando o perdido
Felicitando-me por perder

Se fossem outros rumos
Perdido seria outro
E outro também as escolhas

Por isso eu fico
Alegrando-me no por não saber

Marina Cangussu F. Salomão

Um eu

Eu sou bailarina
Assim delicada de movimentos
E firme de estrutura

Eu sou poeta
Perdida em palavras
Feita em versos

Eu sou suave,
Eu sou pensamento,
Eu me apaixono e me entrego

Sou perfeita em meu papel de mulher
Como desejam

Mas poucos sabem de meus outros eus

Marina Cangussu F. Salomão

Quartel

Está tudo dentro de mim
Comendo-me desvairado
Em loucuras e desregradas orgias
Embebedando, fumando, pirando
Entregando-se aos desejos
Aos libidos, às vontades

Como bordel desvairado
Como carnaval perdido
Tudo louco e desmedido
Sem leis, sem lutos
Sem limites

Como puta safada
Trepando e gozando
E gozando e gozando
Na cara de todos
(Sim na cara)

Tudo aqui dentro
Reprimido

Marina Cangussu F. Salomão

Boring museum

Why so beautiful and lonely?
Asked the strange man in the street.

Can you give me love or are you just admiring my beauty?
This is the reason I am lonely: no one can see through my image.

Marina Cangussu F. Salomão


A vida

Mais que o cantarolar de grilos no meio do fim da tarde
Como se fosse um som primeiro ouvido
Mais que o brilhar dançante da água em reflexo
Refrescando a parede seca
Mais do que o deixar-se acalmar por sons distantes
Ou o encostar as costas na grama fria
Muito mais do que ouvir a chuva cair no meio do sol do dia

A vida é muito mais que isso.

Marina Cangussu F. Salomão

Movimentos involuntários

_A vida é muito mais.
Soava a voz repetitiva em sua mente
Quase na garganta
Quase a esparramar-se goela a fora

Vibrando em seus movimentos involuntários
Escapando em seus sorrisos e brilhos de olhos

Marina Cangussu F. Salomão

Poesia na estante

Acordei feliz com vontade de poesia
Dessas suaves que falam de amor
E fazem-te sentir o delicado gosto de um beijo nos lábios

Acordei feliz vendo poesia
Em cada lembrança de amores antigos
E me fazendo sentir arrepio ao toque daqueles cheiros

Que feliz a vida de feliz memórias de feliz instante
Quem dera eu acordar todo dia só com felicidade na estante.

Marina Cangussu F. Salomão

Canção

Eu cumpri com minha promessa de te amar depois
E ainda estou nesta espera do segundo postergado
Sonhando como será essa história de nós dois
Imaginando como será ter-te como namorado

Marina Cangussu F. Salomão

Doações e retornos

E dei meu corpo
Meus pensamentos
Eu dei meu amor
Meus contentamentos

Eu dei dias, segundos, anos
Eu dei minha alma e meus planos
Eu dei poesias, poemas e cantos
Eu dei minha vida e outros tantos

Eu dei tudo
Completamente

Mas vê se devolve de repente
O meu prazer

Marina Cangussu F. Salomão

Por de sol

Desce o sol sussurrando mudo
Essa beleza de envelhecer
Ele já não mais brilhante
Deseja mesmo é adormecer

Marina Cangussu F. Salomão

Fim do Dia

Desce o sol sussurrando mudo
Resplandecendo amarelo velho
Tingindo o céu antes azul

Toma toda a minha vista
Encobre-me de calor frio
Envolve-me em sua cor queimada
E na minha pele o arrepio

Desce e cochicha beleza
Escondendo-se tímido atrás do mar
E permite-lhe ter brilho por movimentar

Desce dourado junto à água
Esfriando-se ao entardecer
E brilha seus últimos raios antes de amadurecer

Põe-se o sol
Por milagre

Marina Cangussu Fagundes Salomão

Hvar - Croácia
29/05/2015