sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A difícil questão de viver

Minha primazia foi não
E teus sons ecoaram pela existência
O não consumiu-me as primícias


Essa palavra acompanhou-me 
E sonorizou-se para o futuro natural:
Para a normalidade marxista


Outra vez sobressaiu-se
E rejeitou o que me vinha
E qualquer mudança determinista


Mais velha retornou
Sem perder o dom de desapontamento
E afastou-me do teatro diário e contratual


No fim de tudo ela apareceu-me tão linda
Que não resisti aos seus encantos
E neguei a morte eterna


Mas pronunciá-la não é qualquer encenação
Requer forçar-se à dor do desgaste
Do onírico desejo.


Marina Cangussu F. Salomão

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