sexta-feira, 15 de março de 2013

Chão pisante

Quando andava naquele chão desconhecido, 
Permitia ao meu corpo 
Levar-se por entre seus relevos 
Variados entre sombras e quente. 
E em passos descobertos 
Seguia em pernas que não se sentiam: 
Entre flutuar e vacilar,
Mas insistiam em pisar, 
Marcavam aquele chão anônimo e amarelo, 
Compactava seu solo e seus grãos. 
Porém não eram só meus pés, 
Mas diferentes passos, 
Deslizando em distintas pedras,
Com seu próprio tamanho, largura e peso 
E pisavam ora tortos ora retos. 
Ora vagos, ora concretos.
E em passos idos e voltados
O chão também me pisava em sua força reversa 
E seu peso incidia, enchia. 
Era mais em mim que eu nele.
Mais meus sedimetos compactados
Mais erosado, mais devastado.

Marina Cangussu F. Salomão

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