segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Estrela Cadente

Nunca fui uma explosão de estrelas
Nem nunca me colidi ou me construí
Nunca dissolvi-me em um mar de poeira
Sempre fui matéria. Átomos.
Por isso nunca estive em dicionários ou enciclopédias
Ou em qualquer banco de dados referenciado
Nunca fui o início ou o fim de um mundo.
Sou mais como uma estrela sem brilho
Nova. Ainda antes de se formar
Ou após morrer. Sem ser distinta entre a multidão.
Mas apesar de não ser nada e de meu pouco brilho
Vivo as minhas pequenas explosões
Chocando-me entre paredes e ares
E, em outra hora, tangenciando-me em distâncias.
Voo e volto de minhas reações.

E é por elas que chegarei um dia à cadência:
Que apesar de finda
É a mais linda dentre os olhos.


Marina Cangussu F. Salomão

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