segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Pupilas, íris, cílios

Com muita frequência eu me perco em teu olhar:
Sei que estou apenas olhando, observando
(Talvez absorvendo)
Mas mais parece que estou submersa em hipnose
E não tenho pressa de voltar.

E não sei quanto tempo emprego nessa ação
Nem sei de tempo e se ele passa
É como se tudo parasse
Ficasse suspenso
E todas as velocidades se reduzissem

E nada mais existe naquela fração de segundo eterna:
O mundo se escurece
Se embaraça. Se perde
E o único que me resta são pupilas, íris, brilhos e cílios.
Tua luz. Tua vida. Teu ar.

E me alimento desse teu gosto que me vem à boca quando tuas pequenas moléculas de aroma me excitam o límbico, me prendendo para sempre neste limbo, neste espaço minúsculo dentre o piscar.

Ah! Pois acredite: me sustenta. 
Sou capaz de sobreviver por dias ou semanas só com essa lembrança.

Marina Cangussu F. Salomão

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