terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Sítio Santo Sé

Andar uns passos com os pés no chão,
massageando o corpo inteiro 
nas pedrinhas mansas da estrada. 
E por cima um sol que racha.
E vai-se: 
Um, dois, três quilômetros. 
Uma sombra verde. 
Quatro. 
Um café em copo de esmalte. 
Cinco, seis. 
Uma água trincando descendo a ladeira de pedras.
Em seguida lama, isca, pescar.
O sol já arde as costas. 
Nem longe um suspiro. 
Talvez um peixe pulou na água. 
Não seria sapo?! 
Um grilinho inocente e essas moscas chatas. 
Uma libélula. 
Um cavaleiro daqueles que voam. 
Outro peixe pulou na água, veio lá da taboa. 
Foi o vento. 
Uma borboleta: tão intensa, vive um dia. 
Ixe! Agora é maribondo. 
E as minhocas fugindo da lata.
Lá de longe me gritam umas panelas 
avisando o almoço. 
Deve ser um sinal universal. 
Nas pernas pura terra, 
sacode mas não dá jeito. 
Um sabão e uma toalha 
e na água aqui de fora da bica outra massagem. 
Ela vem quentinha descendo com o sol. 
Êta! Bate de cabeça inteira. 
Enxuga.
Um prato de maxixe, torresmo, arroz e feijão.


Marina Cangussu F. Salomão

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