sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Vestimentas

O coração começou a doer
Novamente
Mas desta vez uma dor muda
Cheia de curativos
Remendada
Rodeada de perdões
Compreensões e escutas
Ela dói
Quieta
Indistinta
Quase insentível
E diz-me que pouco muda todos os meus passos
O passado continuará intacto
E instável em meu controle
E vontade de "passarão"
Continuará atormentando-me por vezes
Relembrando-me das lacunas encobertas
E das perguntas indiscretas:
"Se sêsse" quem eu seria
Talvez não o mesmo coração 
Bobo e medroso
De suas estruturas poucas
Mas também não sensível
Às bases alheias
Que se escondem em roupas.

Marina Cangussu F. Salomão

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