segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Sobre o sonho de neve pela janela me fazendo sorrir

Eu sabia 
Quando acordei no meio da neve, 
Que ela caía apenas 
Porque meus sentimentos haviam congelado 
Dentro de mim. 
E de tão frio, 
Se precipitaram pesados 
E me invadiram o quarto 
(e a vida).

Mas, que mal tem? 
_ perguntei aos que me julgaram. 
Se meus sentimentos ao final 
Não ficaram suspensos em um céu cinza 
De atmosfera pesada. 
Pelo contrário, 
Eles precipitaram sem a pressa 
De virem antes do tempo. 
E permitiram em flocos de neve 
Uma queda mais branda.

Que mal tem descer em neve clara, 
Leve e suave, 
Ainda que fria. 
E se derreter junto ao sal ou ao sol?

E já era fim de inverno de qualquer maneira. 
Então, porque não deixar-se precipitar sem pressa, 
Branca e suave 
E permitir-se derreter ao chão 
E tornar-se fluido nos primeiros brilhos que te sorrirem...

Bem, foi isso o que fiz.

Marina Cangussu F. Salomão

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