terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Terra Torrada

Era seca aquela terra de meu deus.
A terra batida, a poeira subida
Tudo marrom-laranja de secura
A rua, a estrada, os muros, os sorrisos
Até a pele, ardida de sol
Quente.
Já era meio de dezembro e nada
Nem uma gota do céu
_Se continuar assim vou me embora para a praia.
Diziam os que podiam.
Mas era só promessa
Aquela terra era seca, ardida, queimada
Mas era amor, bruta, enraizada.
Era difícil deixá-la por completo
Aquela poeira nunca saía de si
Impregnava: 
Na roupa, na bota, no chinelo, dentro de casa
Até na vontade.

Teófilo Otoni, 22/12/2015

Marina Cangussu F. Salomão 

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