quinta-feira, 7 de abril de 2016

Às vezes o mundo parece cruel

Parou.
No vento ameno.
E ameno era palavra corriqueira.

Passou o moço de boné azul.
Chegou a menina sem querer brincar.

E veio o vento de novo.

Foi-se a mãe nervosa.
Antes era o pai que ameaçava.

Acho que vai chover.

Ficou.
Amenizado.

Veio o pombo comer algo no chão.
Ouviu-se um canto de sorriso.
Passou outro homem caminhando.
E veio um pai querendo futuros não machistas.

Bom homem _ eu julguei.

Era uma praça.

Mulheres de lenço no cabelo.
Não havia muita pressa.

Às vezes quem não passa ensina aos passantes, pensei.

Meio dia. 
Veio a fome.
Quase todos.

Agora uma pessoa com chinelo maior que o pé.
Gente grande.

Só não sei se se sentia grande mesmo.

O que eu sentia era fome.
Fui.


_Acho que algumas pessoas não entendem o quanto é bom. Eu também não entendi por um tempo.
Mas sem pretensão agora. Eu só estava descrevendo o que é bom para mim.
Não é universal.
Sei lá... Às vezes o mundo parece mais cruel dentro de um hospital do que em uma praça.

Marina Cangussu F. Salomão

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