segunda-feira, 2 de outubro de 2017

A janela do quarto beira-mar

A meia luz amarelada, 
Atravessando a greta da janela ao fugir da cortina, 
Ilumina minhas flores sem pétalas de meio de primavera
E me diz o quão aconchegante pode ser 
Deitar-se sola em uma tarde de chuva, 
Enquanto o mundo lá fora faz mil planos

Enquanto alguns viajam, outros trabalham 
E muitos preocupam-se com a própria imagem,
Eu me jogo na cama descabelada, 
Pensando no quão singelo esses momentos solitários me são:

Assim delicados e passivos, no seu deixar ir-se, 
Passando vagarosamente pelo infinito de sensações 
Que me acalma e me encontra

Me faz encontrar a mim mesma na essência de minhas cores 
E organização de meu quarto: 
Como meus livros na prateleira.

Então digo em pensamento: 
É chegada a solitária marina, 
Em suas miríades de pensamentos primaveris.


Marina Cangussu F. Salomão

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