Há poucos anos, após se desfazerem todos os castelos pré-construídos
e moldados que me deram e sustentaram, questionei ao alto quando voltariam as
preces sem pressas e as graças, quando voltaria o sincero.
Sobrou-me apenas paciência.
O tempo, então, resolveu-se por soar lento, vagaroso, em
cada suor e em cada choro.
E após mil quatrocentos e sessenta e um dias, sentindo cada
um pesar-me tenramente, contando cada um de seus segundos, vi que passaram
ligeiros, rápidos. E que me deixaram seus mil turbilhões, e estes me ergueram
junto do vento e lá em cima criei asas, bem grandes e redondas, que quando me
guardavam, de longe, era o mais lindo castelo.
Marina Cangussu F. Salomão
Nenhum comentário:
Postar um comentário