terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Meu castelo


Há poucos anos, após se desfazerem todos os castelos pré-construídos e moldados que me deram e sustentaram, questionei ao alto quando voltariam as preces sem pressas e as graças, quando voltaria o sincero.
Sobrou-me apenas paciência.
O tempo, então, resolveu-se por soar lento, vagaroso, em cada suor e em cada choro.
E após mil quatrocentos e sessenta e um dias, sentindo cada um pesar-me tenramente, contando cada um de seus segundos, vi que passaram ligeiros, rápidos. E que me deixaram seus mil turbilhões, e estes me ergueram junto do vento e lá em cima criei asas, bem grandes e redondas, que quando me guardavam, de longe, era o mais lindo castelo.

Marina Cangussu F. Salomão

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