segunda-feira, 14 de abril de 2014

Poetisa

Sou poeta de nascença
Sem pertinência
Mas sem desajeito
Nunca tive repetência
Ou fiquei no malfeito

Sou poeta de nascença
Nasci marcada no meio termo,
Meio que a ermo
Na mancha café-com-leite
Sem enfeite
Do braço esquerdo

Sou poeta de nascença
Sem reticência
Alguns asteriscos, outras vogais
Vim assim sem licença
Sem consultar os anais

Sou poeta de nascença
E de nascença nasci sem crença
Nasci sem rumo
Ou sem pardais
Os que voaram foram gaivotas
Diante os pantanais.

Marina Cangussu F. Salomão


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