sábado, 16 de outubro de 2010

Para minha amada

Tu me trazes a lembrança 
de uma vida que morreu
Dá-me saudades deste tempo
tão barroco quanto eu

Tu me guardas os espíritos
de outros tempos na memória
Resplandeces o afeto
de um alferes com tanta glória

Vejo em ti as sinhazinhas
os escravos e ladrões
As dores da chibata
o ouro e os grilhões

Vejo em ti algo nascente
em ladeiras e castiçais
Só tu tanges santidade
e maldade nos postais

Suas igrejas me alegram
pena que não posso ficar
Não te entristeça minha amada
um dia em ti hei de morar.


Marina Cangussu F. Salomão

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