A única coisa certa
É que ele não nasceu com nenhum dom,
Apenas o de não ter uma perna.
Ele não movia fraternalmente,
Ele não produzia sequer substância,
Ele não tinha uma perna!
E tão coitado foi na infância
Que determinou-se seu futuro
Em ruas escuras e sujas,
Como sua alma demente,
A pedir dinheiro.
Pobre desafortunado fadado ao fracasso!
Não que não sonhasse:
Predeterminaram-lhe a vida
A pedir esmola, a pedir futuro.
Não que não vivesse:
Os vidros nunca se abaixavam,
Os olhos sempre para o outro lado.Marina Cangussu F. Salomão
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