Sua vida é tão vazia e silente
Que deixa passar sem atê-la
Sem sentir o xadrez de seu chão
Nem vê a dança disforme
Das pétalas que caem avulsas
Nem o passar ligeiro
Dos trêmulos vidros ao vento
Não percebe o contorno
Da água que dança no chafariz
Nem a tristreza lânguida
Das velhas nas praças
À espera da morte: esperança dos maridos
Nunca esbarrou com o sorriso inquieto
Dos olhos azuis das meninas
Nem lhes ofereceu uma flor tímida
Nada. Nunca viu nada
Trancado naquela mesa.
Marina Cangussu F. Salomão
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