domingo, 17 de agosto de 2014

Domingo à noite

Para Adson EGS

Há quem diga que os remos são como peixes afobados, 

desesperados pela pressa do sem sentido. 
Sem rugido e sem entrega. 
Afinal, para que o remo se as portas virão cada uma à sua vez. 
Cada uma uma vez. 
Se não para para boiar, 
todas as molduras passarão. 
Sem direito a voltas. 
Sem direito a vistas. 
Porque a correnteza já se foi. 
E o cardume também mudou. 
Se não contempla, 
nada terá o gosto do eterno. 
Do etéreo eternizado: 
essa mágica sagrada do instante. 
Essa marcha sagrada do passante.

Marina Cangussu F. Salomão

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