domingo, 20 de março de 2011

O ar

Não direi o que me faz bem ou o que me faz mal
A verdade alheia rodopia em minha mente
E cria esperancas vagas em minha alma
Mas não quero que minha esperanca translade no pó

Direi-lhes porque me sinto sufocada:
Sei que o mundo não cabe em mim
Mas quero abracá-lo como a uma crianca
E contar-lhe historias que variam em meus sonhos

Sonhos tão doces que nunca abandonei na infância
Condiz-lhes com o pequeno instante
Que tão rápido desejam abandonar e desprender:
Quero dizer-lhes apenas que existe o ar

Que não pensem somente no pó
Sei que se confundem diante das muitas verdades
Mas assim como existe céu e inferno
Existe o pó e existe o ar

Conheco o medo pungente trilhando em vós
Abrande sua calma e perceba o mais
Abracá-los-ei forte e direi que estamos distantes
E que existe apenas nosso tempo


Marina Cangussu F. Salomão

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