As asas da borboleta
Novamente ansiavam pelo voo
Olhando o passeio fugaz
Que lhes envolveria docemente
Naqueles segundos de contemplação
E que não duraria algumas horas
Mas mesmo a efemeridade consumia-lhes
No prazer de sentir o vento
Invadir-lhes as cerdas: uma a uma
Revoltando-as a não permanecer
Não se atreverem a parar
Embelezavam-se sem permissão
E deixavam perceber seus planos
Mas sem palavra, sem voz
Mesmo sem companhia
E já mediam a altura do alcance
Ensaiavam...
Só esqueciam da altura da queda
Mas sua alma era livre demais
Para viver presa
Para limitar-se ao chão
Limitar-se a lagarta
Marina Cangussu F. Salomão
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