sábado, 2 de junho de 2012

O velho sonho de novo


Havia algo de fantástico naquele sonho que morreu
E decidia ressurgir com novas justificativas.
Vinha lento e calmo com bons ares
Mas de algum jeito dessa forma me assustava.
Não era o que deveria nascer de um sono tranquilo
Muito menos de olhos tão atentos e abertos.
Tinha a mesma forma e deformava-me
Dando-me a escultura de louca.
E na sua longitude e infinita aspiração
Arrochava-me infantil em um canto
Medrosa e chorosa do tempo intocável
Que ele roubava de meu tato.
E é talvez por isso que eu precise de você agora
Para me proteger de todo esse mal invisível.
Mas minha voz não lhe alcança os ouvidos
E sozinha, o escuro dos olhos fechados do sonho
Cresce tamanhamente em minha volta.
Marina Cangussu F. Salomão

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