Que permito que as rodas girem
De encontro ao atrito do chão
E tão vorazmente me afastem
Da única ternura que me afaga.
Não posso permiti-las serem tão más
E indiferentes ao que me protege
E consome em candura.
Mas o que faço contra a rapidez
E a fúria de seu rangido?
E a espera do pouco agrado no outro lado?
O que faço além de permiti-las
Roncar forte meu desatino
Em águas tão delicadas
Quanto o amor deixado na poeira da fumaça.
Marina Cangussu F. Salomão
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