De deuses quadrados e cabisbaixos
Que me olham fofoqueiros
Desenhando com suas línguas
Novos retratos para minha face
E fazem-na grotesca e vil
Completada por suas invejas
E pelo que em mim é vago e vazio
Os mesmos deuses me enviam lembranças
Rodeando-me de passados
Que riem como fantasmas para me assustar
Ora loiros, ora castanhos
Atravessam o olhar que prezo
Nas instâncias de meu silêncio
E destroem todo o castelo
Que contruí para me proteger
E retiram meu príncipe
Com as palavras que engoliram em minha boca
As únicas que o fazem partir
E vejo-o salpicado na estrada
E todos os passados em suas costas
Eu fico da janela do que resta de meu sobrado
Mas um dia ele voltará sem passado, sem mácula
E a mim sorrirá primeiro
Será quando estarei em outros tempos
Outro arado, outro chão para meus pés.
Marina Cangussu F. Salomão
noh achei bacana de mais...
ResponderExcluircombina comigo^