Para quem sofre, é uma alegria inebriante
desviar o olhar de seu sofrimento
e esquecer de si mesmo.¹
Não movia-lhe mais o coração
Para os rasgados e desamparados,
Não movia-se para sua cura e salvação.
Movimentava-se antes pelos próprios rastros
Abandonados outrora por seus sonhos.
Bons sonhos sem piedade ou compaixão,
Mas agitados em seus desejos
De giros entre si e no outro.
E agora sua alegria se alegrava
Sagaz e pouco desdenhosa,
Satisfeita de seus feitos.
Não que parara de sorrir aos que sofrem,
Mas dissera-lhes se não levantas não ouves
Nem vives o que trouxe a ti.
Marina Cangussu F. Salomão
¹Friedrich Nietzsche in Assim falou Zaratustra
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