E é capaz de sentir o cheiro impregnante
Da bolacha e do lápis
Que rolavam em outras mãos
Que não eram suas
(Come-os incansavelmente até abarrotar-se)
Invade-lhe as saudades, as meninices:
Relutara tanto por não abandoná-la
Que ao se ir foi completa
Restando a rispidez e a saudade
E agora invade-lhe a cura e a raiva:
Ah incompletude de outrora,
Por que invade-nos agora
Sem pedir para entrar
És tão doce e tão terna
Tão longe. Tão vaga
Que sobra apenas no fechar de olhos
De imaginação solta
E vai-se indo em tempo
Mas já nem tempo vê-se passar.
Marina Cangussu F. Salomão
Nenhum comentário:
Postar um comentário