segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Por sobre as árvores

São nesses momentos em que contemplas
Que podes ouvir todos os sons do mundo
Falando de todas as formas ao teu ouvido
Deitado vagaroso na sombra da vazia árvore de outono.
E vês nos olhos fechados todos os passos que te passam
O vento nas folhas e quantos rodopios deram para chegar ao chão
E quantos deram por sobre ele
Sentes a doce e delicada raridade a borboleta
Pousando no mais feio dedo de teu pé
E vês com olhos bem abertos o menino humilhado
As meninas coloridas e os que não se importam
Vês a todos a poucos deles te veem
Mas basta-te as borboletas e as formigas.

Marina Cangussu F. Salomão 

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