segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Abaixo do céu

Hoje resolvi ter um dia de contemplação
Deixar que ele passe bobo
Assim sem pressa e vagaroso.
Alguns dias precisam ser bestas, sem função
Preciso desses dias para me dar vazão.
Pelo menos para minha alma poeta
Sentir cada célula do corpo a movimentar
Para manter a vida
Para manter o ar.
E ter a calma nessas sinapses coloridas
Nessas ruas sem saídas
Nessas vidas bem compridas.
Então hoje eu tirei o dia para deitar-me no banco da praça e olhar o céu
Como ele se fixa assim quente e azul
E mais tarde irá caramelizar como mel
Derretendo a qualquer um que estiver nu.
E abaixo dele estão cachorros, árvores e gatos
E tem também os passantes (espécie a que pertencia)
E os dançantes (metade de minha descendência)
E por último os pobres pagãos e loucos.

Marina Cangussu F. Salomão

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