domingo, 13 de setembro de 2015

Aquela velha ladainha

Permita-me deitar neste sofá
Assim manhoso
Bem dengoso
Enquanto desejo que o mundo lá fora pare
E que não me digam mais de crise financeira, econômica ou social
Porque de crise eu já estou cheia desde a janela de meu quintal.
Ou que digam de cores, dissabores ou da vida da Dolores
Porque eu já vou cheia de ardores
Podados por meus preceptores.
E vou como esse meu país incrédulo
Arredio e irônico
Que gosta de rebobinar fitas 
Para tecer histórias que se repetem:
(Ontem a noite na esquina da minha casa vi de novo para onde vamos...
Vejo em todas as esquinas essa monotonia em que estamos.)
Por isso hoje eu decidi ser como eles dizem que somos:
Jovens preguiçosos em rebanho
Por isso estou aqui escrevendo este poema antes que apanho.

Marina Cangussu F. Salomão

Nenhum comentário:

Postar um comentário