Em prantos diante do vidro
Existem seres em simulação
Que desenhados entre torres e saberes
São rodeados de cuidados e delicadeza.
Dissimulam desde falas
A movimentos e fraqueza
E nada move em seu quadro.
Exalando prazer e paciência
Pintam-lhes mais um troféu
Escondendo mais um medo.
Toda a exatidão não retrata, porém,
A ínfima alma habitante
Revolta em figuras.
Ela sabe onde parte a solidão
Compreende o desespero e a pobreza
E acolhe-se em caridade
Não satisfeita por habitação
É abafada perante critérios
E nunca veem-lhe o sorriso,
Defunto de esperança,
Nem as lágrimas que provocam
Soltas em precipício.
¹E entre a mágoa que masc’ra eterna apouca
A humanidade ri-se e ri-se louca
No carnaval intérmino da vida.
No carnaval intérmino da vida.
Marina Cangussu F. Salomão
¹Augusto dos Anjos in A máscara
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