quarta-feira, 27 de julho de 2011

Fugere

O desenho do vento por sobre a água
Fazia-se tão perfeito e simétrico
Que prendia os olhos em cálculos impossíveis.
Tanta admiração se fez na observância atenta
E distraída às formigas que lhe subiam.
Sim, mais uma vez viria a chuva
Mas naquele momento pouco importava,
Molhar ou afogar-se já não lhe aprazia
Bem como não percebia a aclamação
De pequenas picadas aos pés
Estava em elevação ao ater-se ao olhar
E na alma ressoava apenas a vontade:
Que sintam o que sinto. E veem o que vejo
Mas sem crer no que creio.

Marina Cangussu F. Salomão

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