Bem mais, ver nos rostos sorridentes
O esculpir na face externa de sua medalha
Um retrato um tanto austero e poderoso
Outro tanto mais falso,
Na imitação não de si
Mas dos mortos que foram seus.
E novamente ressurgiam em carne
Seus defeitos e arrogâncias
Mas a face interna era tão inocente e ignorante
Que percebia-se a ausência da consciência dos erros
Mesmo com falas repetidas,
Nos esconderijos da casa,
Apontando-os chatamente.
Enquanto a face externa do tal colar
Sempre negava-se no excesso.
E excedia-se nos erros, nas falas,
No fingimento e na bebida
Era quase por completo o próprio erro.
Quanto a mim, sabia-o
Via, por maior que fosse o disfarce,
As duas caras penduradas em seu pescoço
E isso fazia-me responsável,
Dir-se-ia predestinado,
A fazê-lo parte dos meus
A suportar-lhe os defeitos
E a fazê-lo o meu maior amor.
Penava comigo feito sombra
E assumia o direito, e talvez o dever,
De ditar-me hábitos e manias.
Estava em minhas escolhas
E nos defeitos que aceitava,
Repetindo tudo outra vez
Na nova carne inocente.
Marina Cangussu F. Salomão
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