terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sol tremedor

Lá pela tarde vinha uma chuva mansa
Para lavar as foia e o quintal
E pruveitava para resfiar a estrada
Que tremia de tanto calô.
Era que meio dia o sol rachava
E nenhum bicho vivo mexia
Tudo empoleirava na sombra,
Até as vista mal via
Com o chão que vagueava
De tanto vapô que subia.
Entõ, a chuva chegava dispois do café
E salpicava algumas gota
Remexia as árvre com seu vento
E alegrava as dança dos passarinho.
E era nessa hora
Que pontava lá três cabeça
Elas vinha preta de sol tremedor
E umas gota por cima no cabelo.
Vinham sorrindo.
Era triste aquela cena:
Tanto trabaio por uns tustão
E os caboclu ainda ria feliz
Com aquelas boca sem dente
Que o dotor chingava,
Mas é que num havia de sobrar
Depois do leite.
E num havia iscoia
Juro. Num havia.


Marina Cangussu F. Salomão

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