Que encobriam sua janela
Desenhando na vista um quadro cinza
Às vezes com algumas sombras ou riscos
Outras com pretos de lodos
E ainda raro um esperançoso verde
Querendo se firmar.
Não. Não voltava-lhe à memória
Com sequer mancha de saudade
E mesmo depois de tanto distante
Nos momentos de retornar
Nunca desejara o retorno.
Pois a vista daqui era mais ampla
E enganava-lhe a alma com promessas
Que exalavam expansão.
Na verdade, é que tão distante se via
Que sua miopia reduzia
E se perdia naquele mundo vasto
E não precisava mais de tantos espelhos
O que precisava, e cresciam,
Eram duas pequenas asas
Que diziam crescer com o tempo
E depois levava a voar por entre o morros.
Marina Cangussu F. Salomão
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